Três Tempos com Capicua e Inês Malheiro

A música, expressão artística vista como inata, assinala momentos da nossa vida, aviva memórias e é, de todas as artes, aquela que mais nos aproxima, mais diretamente nos toca e mais declaradamente expressa a nossa subjetividade, a nossa identidade, a nossa forma de ver e de sentir o mundo. Como sente o mundo alguém com 16 anos de vida e dois dos quais passados em reclusão pandémica? 

Neste projeto, convidamos a artista e música Capicua para falar sobre os seus processos de escrita e composição musical, na companhia de um grupo de jovens dos 15 aos 18 anos, para criar experiência de criação colaborativa. Através deste novo olhar coletivo, constroem-se outros sentidos para vivências individuais e compartilhadas. 

A ideia é convidar os jovens artistas a olhar o mundo (quer de forma crítica, quer pelo viés poético) e concretizar em canções (na escrita de letras e depois com a composição musical) o seu ponto de vista. O processo criativo decorrerá em encontros semanais com a mediadora local Inês Malheiro organizados entre janeiro e abril de 2025, e obedece a duas fases de criação, começando pela escrita e passando à composição. 

Com esta ação pretende-se criar uma plataforma para a expressão artística e o diálogo, destacando a importância da música como catalisadora de ligações significativas e transformadoras. Por isso, multiplica-se pelas cidades de Lisboa, Viseu e Braga nas quais um grupo semelhante passa por semelhante experiência cocriativa até à fase de apresentação a público. No final do processo de criação, os grupos residentes viajam até Braga onde – para mútuo reconhecimento entre jovens e abrindo a oportunidade para nos repensarmos como sociedade multietária – fazem uma apresentação conjunta. 

O que terão para nos mostrar? Como podemos aprender com eles? Saberemos escutar?