Quando o pai de Tiago Rodrigues se encontrava hospitalizado, nas últimas semanas de vida, foi visitado regularmente por Teresa, uma voluntária que passava o tempo a conversar com os pacientes, ajudando a combater a solidão da doença. Durante as visitas de Tiago, o pai falava-lhe dos seus encontros com Teresa e, um dia, pediu-lhe que trouxesse um caderno e uma caneta, para escrever um livro sobre as suas experiências no hospital. Já tinha até um título: Os Mortos Não Comem Iogurtes. O pai de Tiago sempre detestou iogurte, mas tinha começado a gostar, uma vez que passou a fazer parte da
sua dieta diária. Depois da morte do pai, Tiago abriu o caderno para ver o que lá tinha escrito, mas havia apenas algumas linhas e manchas. A mão do pai devia estar demasiado fraca – eram apenas rabiscos. Mais tarde, Teresa
contou a Tiago que o pai falava constantemente do livro, querendo combinar nele a experiência de estar hospitalizado com memórias da sua vida, em particular as do seu trabalho como jornalista. Foi então que Tiago Rodrigues decidiu escrever Os Mortos Não Comem Iogurtes, sobre uma voluntária que ouve as histórias de um homem prestes a morrer e sobre o livro que ele nunca chegou a escrever. 
Diretor artístico do Teatro Nacional D. Maria II entre 2015 e 2021, Tiago Rodrigues é, atualmente, diretor do Festival de Avignon. Conhecido pela sua dramaturgia, que quebra barreiras entre o teatro e múltiplas realidades, e pelo seu trabalho enquanto encenador, conta no seu repertório com peças como By Heart, Catarina e a Beleza de Matar Fascistas e Hécube, pas Hécube, entre outras. 

Texto e Encenação Tiago Rodrigues
Interpretação Lisah Adeaga, Manuela Azevedo, Beatriz Brás, Hélder Gonçalves
Produção NTGENT
Coprodução Culturgest – Fundação Caixa Geral de Depósitos, Wiener Festwochen e Piccolo Teatro di Milano – Teatro d’Europa

Duração 100 minutos

Em português e neerlandês, com legendas em português e inglês.
Sessão com audiodescrição e interpretação em Língua Gestual Portuguesa